O mundo despencou.
Se o Coronavírus já trouxe muita desgraça, agora temos uma disputa entre a Arábia Saudita e a Rússia para piorar ainda mais a situação. No centro da disputa; o preço do petróleo.
Pelo o que eu compreendi (por favor, me corrijam nos comentários, caso eu esteja errado) a Arábia Saudita quer reduzir a produção de petróleo para poder compensar a falta de procura pelo combustível.
A Rússia do outro lado, não quer. O negócio já está ruim e reduzir a produção não vai melhorar em nada as coisas para a Rússia (o país depende bastante da vendo do petróleo).
Observando que não se chegava a um acordo, ao menos, interessante para a Arábia Saudita, o próprio país resolveu colocar a venda uma quantidade maior de petróleo, fato que jogou o combustível lá para baixo!
A queda do petróleo (somente) não seria uma desgraça muito grande, mas como existe essa disputa entre dois grandes produtores de petróleo, além do Coronavírus e da desaceleração econômica do mundo, o negócio acabou ganhando grandes proporções.
Não me recordo de uma queda tão grande assim das bolsas pelo mundo. Hoje, segunda feira dia 9 de março de 2020, parece que entrou para os recordes.
E agora? É chorar? Vendo tudo e fico na Selic ou naquele CDB maroto? Compro dólares? Ouro? Ou eu meto o pé na jaca de uma vez e compro várias ações?
Vamos analisar cada uma das questões…
Vendo tudo e fico na Selic ou naquele CDB maroto?
Essa é uma opção interessante sim, mas deve ser mais bem avaliada. Por exemplo; vamos dizer que você tem uma carteira com exposição de 10% em renda variável.
Vou vender tudo e comprar Selic? Não, aí não. Se você contar com mais de 50% em Tesouro Selic, eu acredito que a porcentagem já seja o suficiente.
Você já tem liquidez boa. Para aqueles que possuem mais de 50%, é preciso averiguar o volume de capital. Se você possui pouco dinheiro, por exemplo, uns R$ 10.000,00, o melhor é manter o dinheiro seguro, talvez com uma exposição de no máximo uns 10% em ativos diferentes do Tesouro Selic (ou fundo compatível).
Agora se existe um volume maior, talvez seja uma boa diversificar em produtos de renda fixa com rendimentos mais interessantes (sempre analisando a manutenção e no minimo, uns 50% em Tesouro Selic).
Produtos de renda fixa com rentabilidades maiores podem ocupar 1%, ou até uns 2% do patrimônio. De repente o investidor pode construir uma carteira com um peso equivalente a 5% ou 10%, mas investindo em vários CDBs de bancos diferentes (pulverizando e reduzindo o risco).
Assim, você consegue puxar um pouco mais a rentabilidade do todo para cima. Se você já possui uma situação similar a exposta acima, aí é preciso analisar melhor a situação.
Eu sinceramente prefiro manter uns 50% em Tesouro Selic ou investimento compatível, só para garantir. Se você possui um pouco mais de flexibilidade com relação a carteira, aí você pode aproveitar o momento até para comprar alguma letra prefixada que registrou alta da taxa, por exemplo.
Compro dólares?
Novamente, é preciso avaliar. A compra de dólares é interessante. No momento parece até uma “burrice” comprar dólares, uma vez que há a sensação de que o dólar subiu demais e não vais mais subir.
É como se os R$ 4,73 fosse o limite. Isso é bem engraçado, porque quando o dólar terminou 2014 a R$ 2,65, eu também não pensava que realmente, o dólar poderia passa dos R$ 3,00.
E hoje, mais 5 anos depois, o dólar está em R$ 4,73. O fato é o seguinte; o que está caro pode ficar mais caro e o que está barato pode ficar mais barato.
Ao colocar isso na cabeça, fica difícil mensurar se o R$ 4,73 será o teto ou não. Se você não possui nada em dólares, faça um bom levantamento de sua carteira, e veja se há possibilidade de colocar até uns 5% do patrimônio em dólar (não ha necessidade de botar os 5%, a porcentagem aqui é só uma ideia).
E quando eu digo dólar, é só na exposição do dólar mesmo, sem ser ETF como IVVB11 ou o ouro, é só no dólar.
Ouro?
O Ouro é um dos ativos que mais vem ganhando em 2020. Desde o início do ano, o ouro vem se valorizando aproximadamente 27,8%! Tudo isso com menos de 3 meses!
Boa parte disso está relacionado a alta do dólar que contribui bastante com a valorização do ouro no Brasil e sem falar na alta do ouro lá fora também.
Com essa “dupla” alta, o ouro no Brasil ficou bem caro. Dá para investir de várias formas em ouro, porém, aquela mais interessante é através dos fundos de investimento.
Até o presente momento tenho a informação que existem fundos na Órama e na Vitreo. Basta você procurar nessas duas plataformas de investimento. Não é difícil achar!
Eu acredito que o investimento em ouro não pode passar dos 5% do patrimônio. Querendo ou não, no longo prazo, o ouro tem o costume de absorver a inflação, coisa que valoriza o metal. Com o dólar, por exemplo, isso não acontece. Por outro lado, o ouro é bem mais volátil. Fique atento!
Ou eu meto o pé na jaca de uma vez e compro várias ações?
Mesma coisa. Veja bem a sua carteira. Falta renda variável? Você tem menos de 10%, por exemplo? Aí dá para investir um pouco mais em renda variável.
Se fosse eu; eu não compraria ações de primeira. Por exemplo; Você quer investir visando às distribuições de lucros? Aí é preciso priorizar as ações mesmo (as boas pagadoras de dividendos).
Mas, se você quer investir somente para aproveitar a queda e uma eventual valorização, aí eu acredito que a melhor alternativa seja os ETF (em específico BOVA11 e SMAL11).
Se o ETF voltar aos R$ 94,00 da semana passada, você ganha mais de R$ 10,00 por cota. Já vale muito a pena!
O momento é de análise mais criteriosa da carteira. Sair comprando porque o preço caiu não é uma boa. Pense bem, reflita, e siga o caminho do “menos é mais”. Outra coisa; na bolsa de valores “fazer nada” é muita coisa! Não é porque o mundo desabou que você é obrigado a comprar ou vender.