BOLETIM SEMANAL VINLAND CAPITAL 🚨
💰Resumo Comitê de Investimento (29/07/2020).
Bottom Line: Surgiram sinais de uma segunda onda de contaminação do coronavírus na Espanha. Podemos ter uma situação parecida com a dos EUA: o número de casos aumenta, produz algum arrefecimento da atividade, mas não altera o cenário econômico, principalmente para os preços de ativos. Os estímulos fiscais e monetários em grande volume e a perspectiva de que uma vacina está próxima vão sustentando os mercados. Mas nuvens de incerteza permanecem.
No Brasil, mudamos a expectativa para a decisão de política monetária que ocorrerá na próxima semana. A grande surpresa para baixo na inflação do meio de julho (IPCA-15) deve levar o Copom a decidir por uma queda de 25 p.b., colocando a Selic em 2.00% (antes esperávamos manutenção dos juros).
Nossa principal posição segue na Bolsa brasileira. Mantemos pequena posição aplicada em juros no México e sem posição relevante no Brasil. Em moedas, seguimos sem posição direcional.
Internacional 🌎
A semana que passou ficou marcada pelo aumento nos casos de coronavírus na Espanha. Embora ainda esteja longe dos níveis do pico da contaminação, o risco de uma segunda aumentou e gerou ruído. Como consequência, Reino Unido e Alemanha passaram a exigir quarentena dos viajantes que retornam da Espanha. Portanto, o risco de uma segunda onda de contaminação impactar a economia continua sendo um ponto de atenção. Um exemplo notável deste impacto está nos dados de atividade de alta frequência nos estados americanos que continuam combatendo o vírus, como a California, Florida e Texas. Os números inciaram uma melhora na semana anterior, mas estagnaram nos últimos dias. Outro exemplo é na Austrália, onde os números de reservas em restaurantes haviam voltado para níveis normais mas tiveram uma queda expressiva diante do aumento na contaminação no país.
Nos Estados Unidos, o principal destaque da semana foi o anúncio de uma nova medida de estímulo fiscal, que deve ser aprovada nos próximos dias. Hoje teremos a decisão de política monetária e não é esperado que o FED faça mudanças relevantes no comunicado. As mudanças no “framework” de política monetária, que o FED vem mencionando nas últimas atas devem vir em outro momento.
Por fim, no México, foram divulgados os números de inflação da primeira quinzena de julho. O número veio ruim com o headline e principalmente o core inflation surpreendendo para cima. O número pior se dá principalmente por conta da parte de bens pressionando o núcleo. No entanto, os fundamentos seguem apontando para uma desaceleração na inflação, que deve vir no último trimestre do ano.
Cenário Doméstico 🇧🇷
A economia continua se recuperando. O Caged (emprego formal) referente a junho mostrou destruição de apenas 11 mil vagas formais, no qual era esperada destruição de 220 mil. Além disso, dados de alta frequência de consumo de energia e mobilidade continuam em alta. Ou seja, a retomada da economia está acontecendo.
No entanto, o destaque da semana veio por parte do IPCA-15 de julho que veio em +0.30% MoM, muito abaixo do esperado +0.52% e a abertura muito benigna, com os núcleos abaixo do piso da meta do Banco Central.
Diante do novo conjunto de informações, revisamos nossa expectativa para a próxima reunião do Copom para um corte de 25 p.b. da Selic. Acreditamos que o tamanho da surpresa do IPCA-15 foi relevante – uma surpresa de cerca de -20 p.b. só aconteceu três vezes no histórico todo do IPCA-15 e IPCA – e deve dar suporte para a visão dos membros do Copom que estavam pendendo ao corte da taxa de juros.
Em relação ao Real, os fundamentos apontam para uma valorização da moeda, ainda que ela não tenha se movimentado nesta direção na semana. Pelo balanço de pagamentos, embora a conta corrente de junho tenha surpreendido para baixo, ela já está positiva na ponta, evidenciando o ajuste das contas externas.
📈 Bolsa:📈
Estamos ainda construtivos com Bolsa, com um foco maior em Brasil. Os indicadores de mobilidade e de atividade econômica seguem em sua recuperação gradual e alguns municípios no Brasil parecem estar vendo uma queda expressiva nos novos casos da doença, apesar dos fins dos lockdowns.
Além disso, os avanços na pesquisa da vacina continuaram firmes e acreditamos que uma vacina eficaz pode vir a surpreender o mercado.
Continuamos com uma carteira exposta ao tema de digitalização no varejo e no setor bancário. E apostamos também em uma recuperação das economias conforme as reaberturas se firmem, portanto temos posições em varejo físico e petróleo.
Boletim semanal 29.07.2020